segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

FIÓDOR DOSTOIÉVSKI



"Se Deus não existe, tudo é permitido." 

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (Moscou, 11.11.1821 — São Petersburgo, 9.02.1881) foi um escritor russo, considerado um dos maiores gênios da literatura de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, especialmente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para o existencialismo já escrita."
A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e da psicologia foram influenciadas por suas ideias.
Dostoiévski conseguiu atingir algum sucesso com seu primeiro romance, Pobre Gente, que foi imediatamente elogiado pelo poeta Aleksandr Nekrassov e por um dos mais importantes críticos da primeira metade do século XIX, Vladimir Belinski. No entanto, o escritor não conseguiu repetir o sucesso até o retorno da Sibéria, quando escreveu o semibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre a prisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria, principalmente graças a Crime e Castigo, romance que narra os dramas do jovem estudante Raskólnikov, depois de matar uma anciã usurária a machadadas, com a intenção de usar o seu dinheiro para boas causas, baseado numa teoria que ele mesmo desenvolveu.
Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito, uma obra-prima em que os dilemas pessoais de uma família retratam os principais problemas políticos, religiosos e filosóficos de toda a Rússia do século XIX, e quiçá do homem em todos os tempos.
Segundo o biógrafo Nicholas Berdiaiev, a obra dostoievskiana vem atingindo grande popularidade no Brasil por causa de "[…][suas] características muito próximas do brasileiro", e salienta que "[a obra de Fiódor] é marcada pelo anticapitalismo, por uma reação ao capitalismo selvagem, algo que parece tocar o leitor brasileiro hoje." Fenômenos até então desconhecidos na ética ocidental, como o dinheiro gerando a destruição da psique humana, são retratados com muita profundidade na obra de Dostoievski. (Paulo Bezerra)   

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