Qual a forma correta em Português para aquele famoso queijo napolitano de leite de búfala ou de vaca, que se prepara com uma espécie de fungo conhecido por mozze no dialeto napolitano?
A autoridade oficial para dizer quais vocábulos pertencem ou não ao vernáculo é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - VOLP, uma espécie de dicionário que lista as palavras reconhecidas oficialmente como pertencentes à língua portuguesa, bem como lhes fornece a grafia oficial, mas normalmente não lhes dá o significado.
O VOLP é elaborado pela Academia Brasileira de Letras, que tem a responsabilidade legal de editá-lo, em cumprimento à vetusta Lei Eduardo Ramos, de nº 726, de 08 de dezembro de 1900.
Assim, dizer que tal ou qual dicionarista registra ou não registra determinada forma - mesmo que seja o Aurélio ou o Houaiss - não resolve a questão no campo da ortografia, uma vez que a palavra oficial não está com eles, por mais respeitáveis que sejam, mas com o VOLP, que diz oficialmente qual a grafia correta das palavras.
Demais disso, se uma palavra originária de língua estrangeira já sofreu aportuguesamento, sendo incorporada ao vernáculo, então não deve mais ser empregada como escrita no idioma original, a não ser que haja expressa permissão do próprio VOLP.
Postas tais considerações, uma consulta ao VOLP revela que NÃO existem as seguintes grafias para o famoso queijo napolitano: moçarela, morzarela, mossarela, mozzarela, murzarela, mussarela e muzzarela. Por outro lado, são apontadas pelo VOLP como formas corretas: mozarela, muçarela e muzarela.
No campo da grafia das palavras, portanto, a questão é de ordem legal: a Academia Brasileira de Letras tem a delegação legal para elaborar o rol de vocábulos oficialmente existentes em nosso idioma e o faz por intermédio do VOLP, situando-se eventuais discussões acerca da grafia no campo científico – ou artístico.
* Para saber qual a grafia correta e oficial dos vocábulos em nosso idioma, consulte o "site" www.academia.org.br.
(adaptado do Manual de Redação Profissional. José Maria da Costa. 3ª ed. Millenium editora. p. 746/747.