terça-feira, 13 de novembro de 2012

PARABÓLICA



LE MONDE
O jornal francês Le Monde anuncia, com uma foto no mínimo tendenciosa, que: "Au Brésil, la peine infligée à l'ex-bras droit de Lula provoque un séisme politique". (No Brasil, a pena imposta ao ex-braço direito de Lula causa um terremoto político). Sem dar conta da magnitude, na escala Richter, do abalo sísmico, a matéria tem alvo certo, que não é José Dirceu. Mas não seria mais técnico e honesto o jornal tratar o caso simplesmente como uma marola?

ACUSADOR X DEFENSOR
Na sessão do STF que estabeleceu a dosimetria da pena dos condenados pelo "Mensalão", notou-se o quão difícil é se desvencilhar das tendenciais ideológicas inerentes às carreiras jurídicas de origem dos ministros. Joaquim Barbosa é, originariamente, procurador da República, uma espécie de promotor federal, que tem o mister, via de regra, de acusar. Ricardo Lewandowski foi advogado militante durante longos anos de sua vida profissional, com função, em regra, de defender. A postura garantista do ministro Lewandowski possui fundamento na Constituição Federal, que consagra o devido processo legal, com as garantias do contraditório e da ampla defesa, especialmente em matéria criminal, respaldando a figura do juiz garantista, até bastante comum na prática forense. A postura persecutória do ministro Joaquim Barbosa, no entanto, embora normal para um órgão acusador, é absolutamente incompossível com a função de julgador, cujo desafio precípuo é o de manter-se imparcial, sem cair nas tentações do sectarismo político-ideológico, da opinião pública forjada pela imprensa tendenciosa e do estrelismo pessoal.       

ARAPONGA VIRTUAL
Percorre o Facebook um "amigo virtual" no mínimo intrigante. Chama-se "Coreau Deolhoemvoce", cujo principal propósito, aparentemente, seria registrar flagrantes fotográficos de eleitores do candidato a prefeito derrotado nas urnas em Coreaú. Caso se trate de uma pilhéria, o viés humorístico é de um arrematado mau gosto. Caso seja um simples desatino de algum correligionário ainda envolto na quizila eleitoral, convém recordar que a eleição já faz parte do passado e que uma administração pública se faz para todos, "vencedores" e "vencidos". Caso não se trate nem de uma coisa nem de outra, é bom relembrar que vivemos livres num Estado democrático, ansiosos pela evolução das práticas do "ancien régime" e por dias melhores, para todos.        

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