sexta-feira, 2 de novembro de 2012

FLOR DO MANDACARU



No horizonte largo,
Somente um sol vermelho
E ao longe um cacto em flor.
No copiar cismando,
O chão escavacando,
Na campina nem único rumor.
Há muitas léguas de tempo,
Há existir se retendo,
Há nesse peito uma dor.
Saudade dos que se foram,
Nos passos da tirana sina,
Partindo do interior.
Espiando assustado a terra seca,
Se persigna e pragueja o verão opressor.
Não resistiu a novilha
Que o mormaço desenha
Numa vertigem de horror. 
A esperança tange o pássaro negro
Nas alturas seguindo seu mísero odor.
Até que o inverno desperte
A vida que se renova na confluência do amor.

Eliton Meneses

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