sábado, 2 de fevereiro de 2013

BEIJO DA MORTE



Sorve a quimera no escuro da noite;
Vagueia nas asas da efêmera ilusão;
Montado na fera, vibrando o açoite;
Tal qual o arauto de infernal legião.

Refém do desejo da pedra grotesca;
Delira no vício de ardente atração;
Esquivo saúda a paragem dantesca;
Na turva memória, ignóbil intensão.

 Rodeia o nirvana, envolto no fumo;
Enerva-se afoito em febril sensação;
Pragueja visagens, bodeja sem rumo;
Pervaga o universo deitado no chão.

 Fora tragado pelo beijo da morte;
Inerme cativo da doentia tentação;
Caíra no abismo da vida sem norte;
Mais um suicida com a vela na mão.

Eliton Meneses

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