segunda-feira, 11 de junho de 2012

DOMINGO ACADÊMICO

No meio da manhã desse domingo, aos 10 de junho de 2012, eis que finalmente realizou-se a segunda reunião presencial da Academia Palmense de Letras. O jovem imortal titular da cadeira nº 03, envolto nos festejos de Santo Antônio, teve que ser resgatado no distrito de Araquém. Mas aprontou-se célere e, ainda sonolento, nos acompanhou rumo a Coreaú.   
A meio caminho da ida, numa parada rápida no Cunhassu dos Sales, conheci Noé Sousa, figura quase lendária que povoou o meu imaginário pueril, como bravo sertanejo que aos 86 anos de idade ainda se desloca montando o seu cavalo. Nos arredores do Araquém, conheci ainda o imponente açude Angicos, uma dádiva do Vale do Coreaú, cujas águas, inclusive as que escorrem perenes pelo Rio Juazeiro, andam tão subaproveitadas economicamente. Aparentemente, nenhum projeto de pesca, nenhum projeto de agricultura. Se não há falta d'água nem de terra, a quem atribuir a responsabilidade pelo notório marasmo?
Em Coreaú, sentamos à mesa. Na pauta o fecho da edição comemorativa do The New Coreaú Arre Égua Times e a deliberação para o preenchimento de mais 02 (duas) cadeiras da APL. Acertadas as últimas pendências da edição, foram aprovados os nomes de João Teles de Aguiar e de Fernando Machado Albuquerque para ocuparem, respectivamente, as cadeiras de nº 04 e 05, reservando-se outros nomes para apreciação numa reunião vindoura.  
No retorno ao Araquém, visitamos um jovem talentoso, Erandir Lima, uma raridade literária, ainda no ostracismo, autor de diversos romances e poemas, talhados em formato de livros manuscritos, com denodado acabamento artesanal, ansiando por uma edição industrial, que possivelmente um dia ocorrerá, com o patrocínio  esperamos  da APL.   
Entre um movimento e outro, uma pausa para as fotos e muita conversa, especialmente com o imortal nº 01, sobre as ciências, as artes e a civilização moderna. Ao final, arrematamos com Francisco de Assis  ou seria de Canindé? –, enfim, a "luz que brilhou sobre o mundo" (Dante), o São Francisco dos pobres, dos animais e do meio ambiente, decerto uma das grandes inspirações da APL. Não haveria encerramento mais triunfal! Senhor, fazei-nos instrumentos de vossa paz!  

                                             Etim, Manuel e Benedito 

2 comentários:

Benedito Gomes Rodrigues disse...

Depois de ter perdido o pau-de-arara por atrasar-me no sono, cochilando além da conta, vi, com surpresa, os dois acadêmicos à porta da casa de minha namorada, ainda meio sonolento, aos primeiros goles do café matutino e introduzindo-me em prosas. Pensei: como chegaram aqui, no auge de meu isolamento dos meios de telecomunicação? Disseram-me, brincando, estar eu "chipado"... Tomara que não seja o sinal da besta-fera!, aludimos. E lá fomos nós de volta à sede da Palma, proceder a reunião! (Envergonhado eu...) Não preciso me aprofundar nesta parte porque os outros dois companheiros o fazem com grande maestria. Depois, o breve encontro (passado o meio-dia e a hora adequada para almoço) com Erandir fez ainda mais recompensadora a ocasião. Não haveria melhor fim para a repentina aventura dominical.

Gilmar Paiva disse...

Grande saga literária!
Michelangelo certa vez respondendo da grandeza da escultura de Davi disse que naquele mármore ingente já tinha visto Davi. Aí estão os pré-socráticos Camarada amigo!Então vá como o italiano lapidando na certeza que já encontrou o Belo!

Vida longa à academia palmense!

Um forte abraço