Percorro o labirinto cujas paredes são livros
E o assoalho mapas com enigmas ancestrais.
Um sussurro tênue em estreitos corredores
Nos narra mil histórias da cultura universal.
Whitman declama um poema belo sem rima,
Revelando o estribilho liberdade criacional.
Shakespeare aparece e reinventa o humano,
Nos pessoais dilemas e sofrimentos morais.
Uma figura taciturna, em meio à nevoa fria,
É Poe com a sua pena de lúgubres mistérios
E o corvo agourento cantando nos umbrais.
Exultante penetro no mavioso céu de Dante,
Divisando o inferno sob um manto celestial.
Corto vilas do mundo em cima de Rocinante,
Desfazendo desagravos de moinhos bestiais.
Homero canta da guerra a miséria e a glória;
Um espelho reflete o farol lírico quevediano;
Schopenhauer revolve essências fenomenais.
Cedo aos apelos da guapa tangueira portenha
Caindo nos passos em meio a vultos sensuais.
Eliton Meneses
Um comentário:
Belo e delirante!
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