segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

LABIRINTO DE BORGES



Percorro o labirinto cujas paredes são livros 
E o assoalho mapas com enigmas ancestrais.
Um sussurro tênue em estreitos corredores 
Nos narra mil histórias da cultura universal.
Whitman declama um poema belo sem rima,
 Revelando o estribilho liberdade criacional.
Shakespeare aparece e reinventa o humano,
Nos pessoais dilemas e sofrimentos morais.  
Uma figura taciturna, em meio à nevoa fria, 
É Poe com a sua pena de lúgubres mistérios
E o corvo agourento cantando nos umbrais.
Exultante penetro no mavioso céu de Dante,
Divisando o inferno sob um manto celestial. 
Corto vilas do mundo em cima de Rocinante,
Desfazendo desagravos de moinhos bestiais.  
Homero canta da guerra a miséria e a glória;   
Um espelho reflete o farol lírico quevediano;
Schopenhauer revolve essências fenomenais. 
Cedo aos apelos da guapa tangueira portenha
 Caindo nos passos em meio a vultos sensuais.  

Eliton Meneses

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo e delirante!