sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

RESENHA LITERÁRIA



Veredas Sinuosas é um livro mágico, encantador. À primeira vista, dá uma fome, dessas de devorá-lo por inteiro, mas é uma fome que, tendo sido saciada uma vez, volta a aparecer, porém, de maneira sutil. Assim, ao invés de devorá-lo, a vontade que se tem é de degustá-lo, devagar, pausadamente, numa segunda leitura. Esta pede outra e outra, porque Veredas Sinuosas tem este mistério: primeiro, percebe-se o diálogo entre dois autores nascidos em Coreaú, a 54 Km de Sobral/CE. Um faz prosa e verso com temas voltados para o lado cotidiano, o outro é mais voltado para o ímpeto natural da vida com seus dilemas.
Outro ponto interessante é que, quando um verseja, o outro proseia, enquanto um proseia, o outro verseja e eles seguem viagem por este caminho, mantendo uma harmonia reta, nivelada, pelas sinuosidades da caminhada.
Na segunda leitura, a vontade é de ler cada autor em particular, adentrando no universo de cada um, conhecendo, desta forma, o que cada um pensa de si mesmo, da sociedade, e até mesmo do amor. Impossível resistir e não se fazer companheiro(a) de viagem dos dois. Um livro muito bem elaborado que, pela sua complexidade de ideias, fica superficial demais relatar em poucas palavras as muitas impressões que causa.
Já estou na segunda leitura deste riquíssimo exemplar. A primeira leitura, eu a fiz vorazmente, e já percebi qual era a intenção dos dois caminhantes: o diálogo, a harmonia. Agora, percebo, individualmente, o que minha conversa com cada um me mostra: dois homens, sem sombra de dúvidas, que vieram de caminhos opostos, e que trouxeram para estas veredas, suas experiências de vida.
Ah que todo leitor tivesse o privilégio de fazer o que faço agora: ler não apenas um livro, mas dois autores em suas essências retas por caminhos sinuosos.
"Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" (Livro do Profeta Amós, Capítulo 3, versículo 3)

Solange Guimarães
Vice-presidente da Academia Aracatiense de Letras

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