Sou um cardeiro de asa,
Uma planta desfolhada,
Uma planta desfolhada,
Com raiz atada ao chão.
Tenho caule feito brasa,
De rama encarquilhada
De rama encarquilhada
E espinhos de proteção.
O meu leito é cova-rasa;
Sorvo seiva na alvorada;
Lanço flores na estação.
Fiz na pedra firme casa;
Cedo fruto à passarada;
Canto a vida sem refrão.
Na seca que tudo arrasa,
Sou criatura arretada:
Homem-cacto do sertão.
Eliton Meneses
O meu leito é cova-rasa;
Sorvo seiva na alvorada;
Lanço flores na estação.
Fiz na pedra firme casa;
Cedo fruto à passarada;
Canto a vida sem refrão.
Na seca que tudo arrasa,
Sou criatura arretada:
Homem-cacto do sertão.
Eliton Meneses
Um comentário:
Poeta Cactus a alimentar a alma de doutos e incautos
trazendo a Palma no canto, na lira, no olhar...
Ontem, o sertanejo
Hoje, o bardo a alimentar os bichos, bichos que sonham!
Os bichos que aprenderam um Canto próprio.
Um forte abraço Caro amigo
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