O menino desceu o morro,
Nos braços do anjo torto,
Com o riso largo no rosto,
Rumo à festa do réveillon.
Iria reencontrar sua praia,
Depois das dores sentidas,
Da bala perdida que levou.
Ia cantando samba antigo:
Acreditava ainda na vida,
Também na alegria de ser,
Apesar do mundo moinho
Reduzir-lhe a ilusão a pó.
Ninguém ainda lhe contara
O dia que firmaria o passo;
Preso à cadeira de rodas;
A mãe somente lhe dissera:
A curva é a mente que faz.
O vento que varre sua face
É um sopro de esperança,
A luz que alumia a estrada
Da existência que se refaz.
Há fogos no céu estrelado;
Há sonho sempre renovado
E o sorriso inocente da paz!
Eliton Meneses
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