sábado, 24 de março de 2012

ARTHUR RIMBAUD



Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (*20.10.1854 +10.11.1891) foi um gênio da poesia que produziu suas obras mais impressionantes quando ainda era adolescente, sendo descrito por Victor Hugo, à época, como "um jovem Shakespeare". Rimbaud viveu mais 18 anos, depois de abandonar a poesia aos 19 anos de idade. Não que ele tenha exaurido o demônio, mas o seu gênio, ou um outro eu, o deixara exasperado, forçando-o ao exílio, segundo Harold Bloom. 
Como parte do movimento decadente, Rimbaud influenciou a literatura, a música e a arte modernas. Era conhecido por sua fama de libertino e por uma alma inquieta, viajando de forma intensiva por três continentes antes de morrer de câncer aos 37 anos de idade.   
A poesia de Rimbaud, bem como sua vida, impressionou escritores, músicos e artistas do século XX. Pablo Picasso, Dylan Thomas, Allen Ginsberg, Vladimir Nabokov, Bob Dylan, Patti Smith, Giannina Braschi, Léo Ferré, Henry Miller, Van Morrison e Jim Morrison foram influenciados por sua poesia e por sua vida.
A vida de Rimbaud foi retratada em vários filmes. Em Una stagione all'inferno (Uma Temporada no Inferno), de 1970, do cineasta italiano Nelo Risi, o  poeta foi interpretado por Terence Stamp; em 1995, a cineasta polonesa Agnieszka Holland dirigiu Eclipse Total de uma Paixão, no qual Leonardo DiCaprio interpreta Rimbaud.  
Rimbaud tornou-se uma grande referência para a poesia do século XX, servindo de argumento à tese que nascia sobre a impossibilidade de ser considerada a dissociação entre o poeta e sua poesia. O poeta, assim, vive e é sua poesia  pensamento vigente ainda hoje, segundo algumas escolas. 


Un poème d'une simplicité apparente. D'un lyrisme contenu et efficace. Entre le corps et le sentiment. Rimbaud n'a que seize ans. Rupture avec l'ingénuité enfantine. Du paysage exterieur au paysage intérieur. Une ascension spirituelle et contemplative qui transcende l'espace et le temps. 

SENSAÇÃO 

Nas tardes azuis de verão, irei pelos vergéis,
Picado pelo trigo, a pisar a erva miúda:,
A sonhar, sentirei um frescor sob os  pés,
E o vento há de banhar-me a cabeça desnuda.

Em silêncio, eu não pensarei em nada:
Mas o amor infinito montará minh'alma,
E irei longe, muito longe, com o pé na estrada,
Pela natureza, feliz  na companhia da amada. 

Arthur Rimbaud