Senhores, boa tarde! Permitam-me logo dizer que não sei por onde começar! Mas quem disse que o texto literário necessita ter um fim? Calma... Calma lá! Você me fala de um fim ou de um começo? Tanto faz... Literatura exige essência! Essência que a amizade ensina! Essência que não tem começo nem fim!
Era tarde da última quinta-feira! E o silêncio sepulcral do meu ambiente de trabalho é interrompido pelo bipe do celular! Oh rapaz! Era o amigo blogueiro, amigo de verso e prosa, amigo defensor, amigo do que você quiser, era meu simplesmente... Amigo!
Sem nada saber, mas tão somente por saber desconfiar, por uma rápida mensagem, o amigo blogueiro fez bipar meu celular! Nela, uma perguntinha proposital que não passava de meia linha... " – E a crônica do mês, camarada?"
Ah, rapaz! A resposta não podia mesmo ser imediata! Não naquela hora! Não daquele jeito! No fundo, eu sabia que aquela perguntinha trazia consigo um sentido que não cabia em qualquer crônica!
Naquela tarde, mal sabe o companheiro que estava eu sentindo a dor de problemas pessoais que, por vezes, a vida nos pede para enfrentar! Problemas que, talvez, por nos fazer ficar com o pensamento a vagar em noites sem dormir, muito espero que nos façam pessoas melhores no futuro!
" – E a crônica do mês, camarada?" Como diria o Ministro Joaquim Barbosa, essa perguntinha "sorrateira" me fez voltar tempo! Relembrei um passado não tão distante. Passado de um tempo em que por tantos e quantos motivos, ao enfrentar um problema emocional, fiquei durante algum tempo sem escrever seja o que fosse, seja prosa, seja verso, seja crônica ou poesia!
Na última quinta-feira, ao receber a mensagem, eu não sabia mesmo o que responder. Não tinha o que dizer. Pelo contrário. Não vou chegar aqui e dizer que pensei em parar, até porque eu não escrevo por querer, escrevo por gostar.
Sem ter o que fazer, tive receio e deixei o tempo passar. Vi a sexta-feira terminar e o final de semana se aproximar. Devagarinho e no íntimo, fui encontrando as respostas que precisava...
Era noite de sexta-feira quando o amigo Rubens Júnior liga, me "intima" e exige minha presença na comemoração do amigo Bruno Silveiras, que acabara de virar juiz. Eh, rapaz! Agora seria melhor chamá-lo Vossa Excelência, o Dr. Bruno Silveiras! Eis que os meus "amigos de mesa" (seja de colégio, de faculdade ou mesmo de bar...) estão ganhando alguns adjetivos a mais.
Sábado foi dia de comparecer, meio que sem querer, ao aniversário do meu cunhado! E ali eu vi o medo virar sorriso através do abraço amigo e do carinho de uma pessoa... Minha irmã! Sexto-sentido fraterno de quem sentiu a mesma dor... Ela sabia o que eu precisava!
Domingo, por incrível que pareça, era dia de trabalhar! Era dia de ir ao Juizado do Torcedor! E muito longe de destacar o conturbado, violento e sacrificante "clássico-rei", quero me utilizar destas letras para fazer minha primeira homenagem...
Durante o Curso de Direito, tive a oportunidade de estagiar na Defensoria Pública do Estado. E foi ali que este pretenso jornalista virou, de vez, acadêmico de Direito! Acadêmico que deve parte de sua formação a uma profissional... À Defensora Pública Ana Cristina Teixeira Barreto! Foram mais de dois anos de estágio! Dois anos sendo lapidado e preparado, meio que "sem querer querendo", mas sempre com muito zelo! Zelo profissional que me trouxe até aqui!!
Digo isso como quem sente hoje as "intensas correções" de ontem! O estagiário se formou, virou "concurseiro" e, agora, também defensor público! De lá pra cá, quase três anos se passaram! E, pra me fazer reviver tantas e quantas histórias do "tempo mágico" dos meus tempos de estágio, tinha que ser num "clássico-rei”, né? Foram em "momentos-sem-lei", falando até de "clássico-rei" que a "doutora" virou "amiga"... Amiga que virou "orientadora"...
Dessa forma, fica fácil entender porque, muito além da violência, a partida deste último domingo ficará marcada pela emoção! Sensação única de um "pupilo" que, pela primeira vez, desde que virou "colega de trabalho", teve a honra trabalhar ao lado daquela a quem sempre considerarei... "Tutora"!
Era hora de encerrar o final de semana! Encerrar ciente de que eu tenho um amigo, amigo verdadeiro, amigo que sente uma ausência e que me liga num domingo a tarde só pra cobrar... "– Cadê você, rapaz?"
Agora, eu recomeço a semana e, com ela, respondo à pergunta que marcou essa história: "– E a crônica do mês, camarada?" Se você não entendeu até agora, essa é a sua resposta... Ei-la, meu camarada! Ei-la como agradecimento e oferecimento a você que, meio que sem querer, me deu a oportunidade de repensar a vida e valorizar os pequenos encantamentos que ela nos traz.
Esse é o verdadeiro sentido amigo! Amigo presente, amigo que sente, amigo que nos traz de volta a sorrir novamente valorizando pequenos encantos do momento presente como oportunidade de aprender para, enfim, e somente assim, construir melhor o amanhã!
De Raphael Esmeraldo para Eliton Meneses... De amigo para amigo!