domingo, 7 de abril de 2013

BONECA DE PANO



Corria meio mundo o boato,
Forjado no imaginário urbano:
No banheiro feminino rondava
 Uma sinistra boneca de pano.

Algumas alunas não iam,
Com medo da assombração,
Ao banheiro sombrio da escola,
Mesmo no aperto da precisão.

Outras diziam ter avistado
O triste ente sobre-humano.
Os adultos diziam ser estória: 
Mero invento besta ou engano. 

O padre aspergiu água-benta,
  Como apelo último da direção;
No banheiro fizeram reforma;
Deram retoque na iluminação.

Malgrado a tentativa inglória,
O medo perdurou ano-a-ano; 
O tempo manteve na memória
O mistério da Boneca de Pano.

Eliton Meneses

Um comentário:

Eliton Meneses disse...

A lenda da "Boneca de Pano" rondou a então Escola de 1.º Grau Vilebaldo Aguiar (Grupo), em Coreaú/CE, entre as décadas de 80 e 90. Como um mistério que povoou o imaginário de toda uma geração, não poderia deixá-lo passar em brancas nuvens...