sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
Soneto XCII
Forasteiro sombrio na própria aldeia;
Desterrado tardio do próprio sonho;
Argonauta arredio no mar medonho;
Guerrilheiro senil na era alheia;
Garimpeiro de conchas na areia;
Trovador de um canto enfadonho;
Cavaleiro infantil de ar bisonho;
Cangaceiro viril de légua e meia.
Cada tempo carrega as suas dores;
Tem a própria expressão dos seus amores,
Seus dilemas, desejos e amarguras.
Todos querem fazer o seu destino,
Mesmo quando há risco e desatino
E vestígios de antigas desventuras.
Eliton Meneses
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário