domingo, 6 de outubro de 2019

Soneto LXXXII

                                      Zu Nietzsche

Um bigode munido de um martelo,
Candidato loquaz a Anticristo,
Pretendeu derrubar tudo já visto,
Convidando a história a um duelo.

Desdenhava de tudo que é singelo:
Altruísmo, moral, razão e Cristo.
Pensador sob a aura de Mefisto,
Pregador do instinto como belo.

"Super-homem", vaidoso, prepotente,
Desferiu na cultura a verve insana,
Aturdido por ódios viscerais.

Não passou muito embora de um doente,
Ressentido da força mais humana:
O amor que nos faz mais que animais.

Eliton Meneses

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