Tateando no escuro,
Com um frio nas entranhas,
Eu nem sei o que procuro,
Sigo em águas tão estranhas.
Sinto apenas o perfume,
Ouço o eco lisonjeiro,
Bem ao longe um vago lume,
Foi-se mais um passageiro.
Eu aqui meio acossado,
Me deixaram sem um dote,
Frágil barco naufragado,
Sem dispor de nenhum bote.
Me livrei do atavismo,
Vi a força mais de perto,
Já não tenho chauvinismo,
Mesmo tendo o peito aberto.
Ora embaixo, ora em cima,
Numa austera solidão,
Eu apenas faço a rima,
O sentido vocês dão.
Eliton Meneses
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