sexta-feira, 26 de maio de 2017

SONETO XXII


Era uma vez um pássaro perdido,
voando a esmo no universo infindo;
sem nem saber aonde estava indo; 
em cada asa um coração partido.

Também não sabe donde vem fugido;
se nalgum canto ele será bem-vindo; 
quando mais tarde o voo der por findo,
fará repouso em qualquer chão batido. 
 
Foi-se meter à beira do abismo,
trazer do fundo o seu paroxismo,
por uma estrada pouco iluminada.

Acreditara no fugaz instante,
 se fez espelho de um ébrio errante,
ao dar valor ao que não fora nada. 

Eliton Meneses

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