quinta-feira, 20 de abril de 2017

SONETO XIX


Como o asno que chega belo e forte,
Tu vomitas convicto a verdade;
Te reputas no espelho uma deidade,
Apesar de não teres nem um norte. 

O que pensas não passa de recorte;
Tens a mente encoberta de vaidade; 
Outro dia falaste em liberdade
Como algo que vem depois da morte.

O passado já foi – hoje é quimera;
Tu devias sorrir enquanto podes;
Amanhã não se sabe o que te espera.

Muito embora praguejes tristes odes,
Com as flores se achega a primavera,
Mesmo quando tu mesmo não te acodes.

Eliton Meneses

Nenhum comentário: