Como o asno que chega belo e forte,
Tu vomitas convicto a verdade;
Te reputas no espelho uma deidade,
Apesar de não teres nem um norte.
O que pensas não passa de recorte;
Tens a mente encoberta de vaidade;
Outro dia falaste em liberdade
Como algo que vem depois da morte.
O passado já foi – hoje é quimera;
Tu devias sorrir enquanto podes;
Amanhã não se sabe o que te espera.
Muito embora praguejes tristes odes,
Com as flores se achega a primavera,
Com as flores se achega a primavera,
Mesmo quando tu mesmo não te acodes.
Eliton Meneses
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