"A data é 22 de dezembro de 1849. Seis horas da manhã. Neve sobre a praça. Ao fundo, o palanque armado. Um a um, vestidos de estopas, os prisioneiros vão-se postando junto ao velho muro. Os tambores, num ritmo grave e lento, acompanharam-lhes o andar. A multidão contida e curiosa observa. Os guardas preparam as armas; os prisioneiros se preparam para entregar o corpo às balas. Silêncio.
De repente, um toque de clarim. O ritual se interrompe: impassível, o auditor imperial anuncia que a pena de morte foi comutada, mercê do imperador, em prisão perpétua com trabalhos forçados na Sibéria. Os condenados choram de emoção e alegria. Antes de perder a liberdade por algum tempo que a vida sem remissão. Dentre os que agradecem pela comutação do castigo um sente com mais força a nova possibilidade de viver: Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski, o escritor."
P.S.: Se a ordem de execução não tivesse sido suspensa pelo czar Nicolai I, o mundo teria perdido simplesmente a maior obra literária que um ser humano foi capaz de escrever.
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