sexta-feira, 11 de abril de 2014

DEMOCRACIA GREGA



A democracia grega era uma forma de governo, baseada na liberdade, que visava assegurar aos cidadãos a isonomia, a isotimia e a isagoria.  
A isonomia era a igualdade dos cidadãos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A ordem jurídica deveria, portanto, conferir-lhes o mesmo tratamento, ou seja, iguais direitos e punições sem privilégios.
A isotimia assegurava a todos os cidadãos o livre acesso ao exercício das funções públicas, pautado-se no merecimento, na honra e na confiança e abolindo-se os títulos e as funções hereditárias. 
A isagoria era o direito de todo cidadão de manifestar sua opinião nas assembleias populares (Ágora). É o que modernamente se compreende como liberdade de expressão e de imprensa.
A estranha nódoa da democracia grega é que os cidadãos eram somente os homens livres, nascidos em Atenas e de pais atenienses. As mulheres, os escravos e os estrangeiros não eram considerados cidadãos... No final das contas, os cidadãos representavam tão somente 10% da população da cidade, podendo-se dizer que não se tratava verdadeiramente de uma democracia, mas de uma paradoxal aristocracia democrática.
Tirante esse incômodo aspecto, a experiência histórica da democracia grega, retratada na reunião diária dos cidadãos em praça pública para debater e deliberar, direta e imediatamente, por maioria de votos, todas as grandes questões da pólis, foi talvez a maior lição que a Grécia legou à posteridade.    

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