sexta-feira, 10 de maio de 2013

LIBERDADE, LIBERDADE...



Soturno apareceu o réu primário,
com algemas atadas nas mãos, 
conduzido por agentes e PMs, 
depois de nove meses na prisão. 
Deflagrada a audiência da tarde, 
não mais que meia hora de instrução, 
que findou encerrada por sentença, 
depois da derradeira alegação. 
A denúncia, intrigada e renitente, 
resultou em tênue condenação. 
Os três anos e seis meses no aberto
respaldaram a imediata libertação. 
Um grito ecoou pelo fórum, 
da gente no estreito saguão. 
Os cincos filhos pequenos, 
a mãe, a mulher e a avó; 
parentes, amigos e aderentes, 
só não entrara o Totó. 
O espetinho vendido na calçada, 
nesta noite voltaria a funcionar. 
Moreno seguiu pela rua aberta, 
cercado pela gente animada 
e no bolso o sonhado alvará. 
Livre dos pesadelos sombrios, 
recorrentes nas trevas da prisão.
Compartilhei um olhar marejado 
e ainda um último aperto de mão.  

Eliton Meneses

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