sexta-feira, 26 de julho de 2019

Soneto LXXVI


Cangaceiros sedentos de vingança;
Coronéis que faziam a própria lei;
A miséria roubava a esperança;
As volantes corriam atrás do rei.

O sertão sem vestígio de mudança,
Padecendo a agrura a pobre grei,
Desolada na fé, sem segurança,
Esperava a missão de mais um frei.

Estilhaço de sonho em toda parte;
A poeira, o sol quente, a vida, a arte;
Tanta cruz que fincava o duro chão.

Almas vivas cantavam em romaria,
Ecoando o dizer da profecia:
Quem espera vê luz na escuridão.

Eliton Meneses

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