quinta-feira, 2 de novembro de 2017

XLIII


Cada qual vai cumprindo o seu papel
No teatro dantesco desta vida;
Tanta gente que prega desvalida
Vai tentando debalde ser fiel.

Gira o mundo que nem um carrossel;
Uns que fogem no meio da partida;
Outros deixam exposta uma ferida;
Quase todos desertam do quartel.

Há quem sinta da gente o seu perfume;
Há quem pensa que não será estrume;
Tantos pensam somente em seu anel.

Muitas vezes ensaiam uma aventura;
Correm léguas em crise de loucura;
Todos sentem na boca o amargo fel.

Eliton Meneses

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