sexta-feira, 31 de março de 2017

SONETO XVII


Da estação lentamente parte o trem;
Hesitante procura outro destino,
Sob os olhos chorosos do menino, 
Que do amor proibido foi refém.

Da janela espia um certo alguém;
Um soluço despede um desatino;
 Um amor que brotara de inopino, 
Que ardia por ele, mais ninguém.

A semente de trigo está na terra;
Muito embora regada, infecunda,
Pela força das coisas que convêm. 

Não ousaram subir aquela serra;
Preferiram provar a dor profunda
A perder tudo aquilo que já têm. 

Eliton Meneses

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