Passo o dia debaixo deste sol;
Meu ofício é plantar na terra dura;
Fatigado, em meio a tanta agrura,
Ouço o canto feliz do rouxinol.
Quando chega dolente o arrebol,
Me assombra a grandeza da natura;
Peço a Deus outro tempo de fartura;
Uma chuva que encharque este crisol.
Sigo assim, resistindo à estiagem:
Tomo um gole de água na cabaça;
Tenho marcas da vida em minha mão.
Eu sou feito de sonho e de coragem;
Num roçado com cheiro de fumaça,
Vou plantando sementes pelo chão.
Eliton Meneses
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