sábado, 31 de dezembro de 2016

FELIZ ANO NOVO!



Aos leitores deste humilde diário, àqueles que o acessam de perto ou de longe, aos que nos enviam e-mails, àqueles que permanecem silentes, espalhados por tantos lugares mundo afora, aos colaboradores e a todos que compartilham conosco alguns momentos da vida e da arte, nossos votos de um ano de 2017 de muita saúde, paz, felicidade, solidariedade, sabedoria e amor!

UMA IMAGEM DO ANO



Leitura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) aos professores na ocupação da Secretaria de Educação do Estado do Ceará.

SONETO XI


De repente começa um novo ano,
Tanta coisa deixaste para trás;
Aquele velho sonho, o desengano;
A promessa de seres mais audaz. 

Renovaste de novo aquele plano;
Já não pedes que sejas mais sagaz;
Preferiste buscar ser mais humano,
Neste tempo de um mundo tão voraz.

Em ti mesmo procuras a mudança;
Não esqueças jamais a esperança,
E verás, muito em breve, que és capaz.

Mantenhas sempre acesa a lembrança,
Por onde quer que vás em tua andança,
De viver a lição de amor e paz.

Eliton Meneses

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

GUERRA E PAZ :: TOLSTÓI





"'Guernica' de Pablo Picasso está para o povo espanhol assim como Guerra e Paz de Leon Tolstói está para o povo russo. Ambos, na sua linguagem – pintura e literatura – atingiram um patamar de excelência artística alcançado apenas por um punhado entre milhões de postulantes. Picasso retratou em seu vasto painel a alma, o sacrifício e a grandeza do povo espanhol e, acima de tudo, produziu um símbolo da paz. Tolstói, em seu enorme e magnífico romance, retratou igualmente o sacrifício, o patriotismo e a grandeza do povo russo e, por sua vez, construiu também um monumento à paz.
Guerra e Paz está entre as grandes obras produzidas pelo ser humano, como 'Guernica', 'David' de Michelangelo, 'A Flauta Mágica' de Mozart, 'Monalisa' de Leonardo da Vinci. Copioso, às vezes irregular, no seu conjunto de mais de mil e quinhentas páginas ele possui, no entanto, luz própria como os grandes astros. Brilha como um livro maior entre milhões de livros, deslumbra como só uma verdadeira obra de arte é capaz de deslumbrar, e emociona como só as grandes histórias conseguem emocionar." (Ivan Pinheiro Machado)


GUERRA E PAZ :: CITAÇÕES

"(...) a única verdadeira felicidade da vida é a satisfação que se tira do bem que se faz."
"A ideia acabará por seguir o seu destino sozinha."
"(...) nenhuma verdade é vista do mesmo aspecto por duas pessoas."
"– A posteridade se encarregará de lhe fazer justiça."
"O homem vive conscientemente a sua vida individual, servindo de instrumento inconsciente à realização dos fins históricos da humanidade inteira."
"(...) nada há que valha estes dois soldados – a paciência e o tempo!"
"(...) o absurdo da conclusão dada resulta apenas do fato de se decompor o movimento arbitrariamente em unidades, quando o certo é que o movimento de Aquiles e o da tartaruga se produzem ininterruptamente."
"Foi a soma das vontades humanas que fez a revolução e que tornou possível Napoleão, e só ela os manteve e aniquilou."
"A palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro."
"(...) no sonho tudo é inverossímil e absurdo menos o sentimento que o conduz."
"Os atos dos homens são uma consequência do seu caráter inato e das influências que sobre ele atuam."
"A responsabilidade parece maior ou menor consoante o conhecimento das condições em que se encontra o homem cujo ato julgamos, segundo o maior ou menor lapso de tempo transcorrido desde a realização do ato até o momento de ser julgado e segundo a maior ou menor compreensão do mesmo."
(Leon Tolstói)

domingo, 25 de dezembro de 2016

(IN)COERÊNCIA HUMANA


Sobre Kutuzov, quando se anunciou, em Petersburgo, que o exército russo havia vencido a Batalha de Borodino:
– Que foi que eu lhe disse do Sereníssimo? Sempre disse que me parecia o único capaz de vencer Napoleão.
Sobre Kutuzov, horas depois, quando se soube que o exército russo havia abandonado Moscou sem resistência:
– (...) não era de esperar outra coisa daquele velho cego e pervertido.
(Guerra e Paz. Tolstói)

NASCIMENTO DE JESUS



"Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria.
Todos iam registrar-se cada um na sua cidade natal.
Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria." (Lucas 2:1-7)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

CONTO DE NATAL


Enquanto o filme estrangeiro mostrava um Papai Noel gordo aboletado num trenó puxado por renas na neve de Nova Iorque, do lado de fora da sala o sol quente de dezembro revelava a pobreza crônica da rua vazia. Dedé e Pitica, hipnotizados pelo filme, mal pestanejavam. Os olhos dos meninos brilhavam sobretudo quando Papai Noel começava a distribuir os presentes de Natal.  
– O que tu vai ganhar esse ano, Chico? Perguntou Pitica. 
– O que ganho todo ano... Nada! Respondeu-lhe o amigo. 
Pitica todo ano sonhava ganhar uma bicicleta do Papai Noel. Todo ano se frustrava, mas não deixava de acreditar no bom velhinho. Na manhã do dia 25, de olhos ainda fechados, tateava debaixo da sua rede para ver se encontrava algo e, depois, contemplava com os olhos decepcionados o chão vazio. 
Dedé era mais realista. Acreditava que Papai Noel só aparecia para os ricos. Todo ano Hallison ganhava presente do Papai Noel. Logo ele que já tinha tanto brinquedo...  
– O que tu queria ganhar no Natal, Dedé? Perguntou Pitica.
– Um banheiro para minha casa! Respondeu ele.
– Papai Noel só dá brinquedo, bicho besta! 
– Dizem – continuou Pitica – que o Hallison reza toda noite. Talvez por isso ele sempre recebe a visita do Papai Noel. Tereza contou que antes de dormir ele sempre reza um pai-nosso, uma ave-maria e diz assim: Deus é força, Deus é poder. Estou com Ele e hei de vencer! 
– Se for por isso – atalhou Chico –, eu deveria ganhar todo ano cinco presentes do Papai Noel, porque toda noite rezo cinco pai-nossos e cinco ave-marias...
– Mas não diz: Deus é força, Deus é poder... Gracejou Dedé. 
– Não acredito que a fé em Deus seja o motivo da visita do Papai Noel. Se ele fosse enviado por Deus daria presente era para os pobres e não para os ricos. Afirmou convicto Chico. 
– De repente não é uma questão de fé, mas de merecimento. Questionou Pitica. 
– Então nós nunca merecemos! Precisamos acrescentar: Deus é força, Deus é poder.... às nossas orações. Sorriu Dedé. 
– Papai Noel é uma invenção do comércio para vender mais, pessoal. O espírito natalino é outra coisa. É o amor ao próximo. É a fraternidade entre as pessoas. É o nascimento de Cristo, que nasceu e morreu pobre.  Disse Chico com ar professoral.
– Nasceu pobre mas recebeu presente dos reis magos... Interviu mais uma vez o risonho Dedé.
– Mas Cristo é Cristo... e nós somos nós... Não ganhamos presente nem do Papai Noel, imagina dos reis magos... Completou Chico.    
Nesse Natal, cada um dos três amigos amanheceu com dois presentes debaixo de suas redes. Chico recebeu dois carros, um de madeira e outro de lata; Pitica recebeu um patinete e uma bola e Dedé, um cavalinho de pau e um dominó. 
Desde aquele dia, os meninos passaram a concluir suas orações com o Deus é força, Deus é poder... Mas, mais importante do que o acréscimo às suas orações, naquele dia os três meninos começaram a praticar a fraternidade entre si.

sábado, 17 de dezembro de 2016

COREAÚ


De repente sumiram todos:
O cachorro, o rio e a praça,
O nome escrito de giz,
A escola e o oitavo ano.
Hoje vejo as ruas pelo alto,
Miúdas, estreitas e distantes.
Meu amigo Francisco foi embora,
Sem mãe, sem lenço e esperança.
O mato cobriu a estrada
O tempo, o cajueiro grande.
O rio seco, a ribanceira torta
A gaiola aberta, uma cigarra
O redemoinho na campina larga
O mugido de uma rês cansada
Na torre, a rasga-mortalha
Espreita uma encruzilhada
De uma longa noite solitária
Não adianta esperar o chamado
Do padeiro, do amigo, da menina
Sumiram todos no último biu da gata.   

Eliton Meneses

domingo, 11 de dezembro de 2016

EDUCAÇÃO EM DIREITOS




Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:
(...)
III – promover a difusão e a conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico; (Lei Complementar 80/94, com redação conferida pela Lei Complementar 132/2009).

sábado, 3 de dezembro de 2016

SONETO X


Passo o dia debaixo deste sol;
Meu ofício é plantar na terra dura; 
Fatigado, em meio a tanta agrura,
 Ouço o canto feliz do rouxinol. 

Quando chega dolente o arrebol,
Me assombra a grandeza da natura;
Peço a Deus outro tempo de fartura;
 Uma chuva que encharque este crisol. 

Sigo assim, resistindo à estiagem:
Tomo um gole de água na cabaça;
Tenho marcas da vida em minha mão.

Eu sou feito de sonho e de coragem;
 Num roçado com cheiro de fumaça,
Vou plantando sementes pelo chão.
 
Eliton Meneses