quarta-feira, 21 de setembro de 2016

SONETO VI


Papagaio adestrado que repete
Cantilenas de livros ancestrais,
Passa o dia cuidando do topete
E a noite sonhando com metais.

Segue a vida tal qual marionete,
 Acredita em seres imortais;
Recusou a esmola do pivete,
Num boteco, cercado de vestais.

Preconceitos nutridos na fazenda;
São criados devotos de uma lenda
De que o mundo seria sempre igual.

Eu prefiro seguir por outra senda;
A difícil missão de uma emenda
 Do humano perdido em seu quintal.

Eliton Meneses

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