terça-feira, 11 de novembro de 2014

ESTADO SOCIAL X ESTADO SOCIALISTA


     O socialismo há muitas décadas saiu do centro do debate político nacional. Mesmo no mundo já virou praticamente uma peça de museu. O problema é que, depois da conquista e da consolidação da liberdade (primeira das pautas da Revolução Francesa), haverá sempre a luta pela conquista da igualdade (segunda pauta da mesma revolução); igualdade não apenas formal, mas também material. Nesse processo histórico, o socialismo, com todos os seus defeitos, foi um grandioso aliado da luta por direitos sociais. Foi graças a ele, e por receio de sua implantação, que quase todos os Estados capitalistas modernos tiveram que se dobrar às conquistas sociais, no que resultou no Estado social, que mantém o sistema capitalista de produção, mas também se compromete com a redução das desigualdades sociais (algo, aliás, já praticado em todos os países desenvolvidos, há muitas décadas, através da política do Welfare State), ou seja, uma tentativa de conciliação entre o Estado liberal e o Estado socialista. O cerne da questão política brasileira atual, portanto, está entre manter o Estado social (no nosso caso ainda muito acanhado, mesmo depois da era Lula/Dilma) – nosso Welfare State retardatário – ou retornar para o liberalismo apregoado pela nossa direita, muito mais preocupado com o equilíbrio do mercado do que com as dificuldades das pessoas.

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