Dois períodos são especialmente relevantes no calendário coreauense: a Semana Santa e a Festa de Setembro. A Semana Santa acontece no auge do inverno. Neste ano, com chuva em abundância, a Palma fez lembrar a Palma de outrora, renascida depois de um longo período de estiagem. As casas brejadas, o rio correndo, os açudes sangrando, a chuva da tarde já esperada, a garoa da noite. O serrote verde oliva, as nuvens sempre no céu anil, as campinas inundadas, a sinfonia de pássaros no ar. Nas ruas poucos pedintes e a melodia ancestral do leruá. Vicente Chico, leruá... O sino da igreja anuncia o Sábado de Aleluia. Não procure entre os mortos aquele que está vivo. Cristo ressuscitou. E com ele a vida no semiárido. Coreaú não será deserto. Há água em abundância. Há vida em profusão. Uma nova geração desfila nas ruas. Filhos de fulano, netos de sicrano. Ainda ontem, todos... São as voltas da vida, fugaz e bela, na chegada e na partida. As mesmas ruas, a mesma cheia, o mesmo menino. O banco da praça, a Coluna da Hora, o casal de namorado... As pessoas passam, a Palma fica, na lembrança dos que ficam, no sangue dos que ficam... A Palma renasce depois da longa estiagem, com as flores que aparecem em toda parte, com o canto do passarinho que reaparece depois de muitos anos, com o cheiro de inverno que rescende no ar. A Palma é a mesma Palma. As borboletas voltaram ao oitão...
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