segunda-feira, 6 de agosto de 2018

LVIII


O vento frio adentra na janela;
A hora é tarda mas não vem o sono;
De nada importa estarmos no outono,
Se dentro em mim habita uma procela.

Os pensamentos inda seguem nela;
Quisera ser na vida um cão sem dono;
Poder curar pra sempre o abandono;
Compor com ela a dois uma novela.

A vida às vezes prega cada peça; 
Sutil nos embriaga em puro vinho,
Deixando-nos em meio à encruzilhada.

Devemos ser austeros na promessa;
Voltar de corpo e alma ao nosso ninho,
Enquanto ainda há luz no fim da estrada.

Eliton Meneses

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