Ao meio-dia, a feira começava a se esvaziar. Todos voltavam para casa. A
gente do interior ia de caminhonete, de bicicleta, de cavalo, a pé. Iam
para perto e para longe. Cunhassu, Feitoria, Angicos, Volta... Quem era
da rua e tinha casa no interior arrumava suas coisas e ia passar a
tarde por lá. Quem não tinha, se trancava em casa. A cidade ficava
deserta. O vento varria o que restava da feira. Uma sacola de plástico
voava na solidão do domingo na Palma. Depois do fervilhar da
manhã, a tarde se abatia implacável. Ninguém ficava na rua. A não ser
um ou outro cachorro que dormia na calçada. O toque da Coluna da Hora
dava o tom da solidão. Uma imensa letargia se abatia sobre a cidade. A
rua estreita, a serra ao longe, a nuvem parada no céu. Um lugar sem vida
sob o sol das três da tarde. Quando muito, um sussurro incompreensível
saía de alguma casa fechada. Um galo ainda tentava cortar a monotonia
com um canto modorrento e triste. Não adiantava. Quando o tempo para,
até os pardais silenciam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário