Me incomoda bastante a leniência da justiça no combate à corrupção de partidos como o PSDB, DEM, PP, etc., em contraste com a voracidade com que essa mesma justiça ataca a corrupção do PT, mas também me incomoda quem defende o Zé Dirceu como se estivesse defendendo um mártir da luta por um mundo melhor, a própria justiça social ou a esquerda inteira do Brasil. Ora, por tudo que se tem tornado notório ao longo de quase uma década de investigações, quem defende o Zé Dirceu não está defendendo outra coisa que não o modo Zé Dirceu de fazer política, ou seja, o velho e abominável fisiologismo, que, se é a forma mais cômoda de se chegar e se manter no poder, não é a única nem a mais aconselhável; algo que não passa de um mau vezo político orientado pela máxima maquiavélica de que os fins justificam os meios, tão combatida outrora pelo próprio PT, que, seduzido pelo poder, agarrou-se ao fisiologismo a ponto de (confortável) afastar-se das bases populares em que foi gestado e ainda se arvorar no senhor absoluto do progressismo do país.
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