quarta-feira, 30 de julho de 2014

SERTÃO



Nessa terra ressequida,
Tantas vezes esquecida,
Pouca água cai no chão;
De um povo resistente,
Desde muito padecente
Das agruras da estação.

Gente pobre oprimida,
Generosa e destemida,
De Luiz, rei do Baião;
Do forró, da simpatia;
De prece e de valentia:
Padim Ciço e Lampião. 

Terra do roceiro bravo,
Da peleja qual escravo,
Do vaqueiro de gibão.
Terra de tanta poesia,
De viola e cantoria,
Da festa de apartação.

Terra do caboco pardo,
Agarrado em duro fardo
Nas lidas da plantação;
De um povo inteligente,
E de mulherio decente;
De Lunga e Frei Damião.

Berço da mãe heroína,
E da doce cajuína,
De Alencar e de Tristão.
Terra de bastante glória,
 A mais fértil da história,
Conhecida por Sertão.

Eliton Meneses

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