sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Insana Guerra

Ouço a voz de tanta coisa, ouço sussurros.
Ouço o brado de padecer de humana gente.
Ouço o grito irado de pais ao céu plangente
E o consolo doce de mães tão ternamente...

Ouço gemidos distantes de inocentes,
De tantas crianças famintas pelo mundo.
Ouço, aterrado, pessoas e lágrimas silentes,
E o olhar inerte do humanismo moribundo.

Ouço uma música repleta de esperança,
E penso na guerra que nutre desilusões,
Em corações humanos empedernidos
E no murmúrio vil de torpes ambições.

Contemplo a queda do orvalho na janela,
O gorjeio de pássaros no céu ainda azul,
A sanha humana varrer rubras campanhas
E o olhar vacilante de deletérios tabus.

Ouço passos em marcha, ditadores,
Continências e tambores irracionais.
Nobres sonhos humanos ofuscados,
E a barbárie sob signos nacionais.

Não basta já de infâmia e veleidade?!
Por onde andam os humanos corações?!
Desvaneceu o espírito humanitário?!
Temeroso da fadiga e da opressão?!

Não! Ouço algumas vozes combativas,
Ouço gritos viris espalhados pela terra,
Ouço uma leve brisa aplacar macromanias,
E todos livres do dissabor da insana guerra...

Francisco Eliton Meneses

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