terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Soneto XCVIII


Barquinho de papel vai na corrente
Da chuva do meu tempo de menino;
Navega tão seguro e inocente,
Nas ruas do meu sonho genuíno.

Pequeno e frágil barco vai contente,
Em meio à tempestade peregrino,
Na tarde gris da Palma, que é descente,
Começa a vislumbrar outro destino...

Os pássaros já cantam no sereno;
Um arco-íris corta o fim da tarde,
Enquanto o barco avança o meio-fio.

Depois de encontrar o céu ameno,
Já quase noite, sem nenhum alarde,
O barco chega enfim ao grande rio.

Eliton Meneses 

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