quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Soneto LXXXVI
Sou feito de sonhos e de desejos,
Saberes e crenças, suposições;
A obra que faço vem de lampejos,
Coragens e medos, contradições.
Os falsos profetas, os vi sobejos;
Soberbos no mar de superstições;
Astutos, loquazes, alguns bocejos;
Inútil agarrar-se em definições.
A luz do real lhes parece hostil,
Preferem habitar funesto covil,
Escravos do mundo das ilusões.
Espanta a origem de tais valores,
Talvez ressentidos por suas dores,
Cultuam a glória dos seus grilhões.
Eliton Meneses
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