sexta-feira, 21 de junho de 2019

Soneto LXXV


Passageiros do trem da zero hora;
Estação de um tempo que passou;
Quem não foi dessa vez ainda chora;
A saudade foi tudo que restou.

Todo mundo um dia vai embora;
É quimera pensar que se livrou;
Mesmo aquele fiel que muito implora,
Assustado, num sopro se apagou.

Tanta gente arrota tanta empáfia,
Atropela o que acha pela frente,
Nos instantes efêmeros da vida.

Arrogante altivez de uma máfia,
Arvorando-se mor que toda gente,
Até quando lhe assalta a despedida.

Eliton Meneses

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