sexta-feira, 14 de junho de 2019

Soneto LXXIV


A massa não cresce sem ter fermento;
Os olhos não enxergam sem ter a luz;
A obra precisa de mais cimento;
Mais coisas ocorrem a quem faz jus.

Há muitos segredos no firmamento;
Há ouro escondido que nem reluz;
Não basta a ciência, sem sentimento;
Os homens transcendem aos pés da cruz.

Quisera que tudo fechasse a conta;
Quiçá vislumbramos somente a ponta
Do enorme mistério além do nariz. 

Tão logo começa, vem a partida;
São muito complexas as coisas da vida;
Queremos ter asa e somos raiz. 

Eliton Meneses

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