terça-feira, 11 de junho de 2019
Soneto LXXIII
Sem coragem sequer de ir na esquina,
Padecia prostrado no seu quarto;
Era jovem mas já estava farto,
Derrotado no ocaso da rotina.
Um castelo deitado em ruína;
Coração quase à beira do infarto;
Tudo quanto fazia era um parto;
Tinha o caos bem diante da retina.
Quão modestas são sempre suas queixas,
Arremedos de mágoa e desrespeito,
Desdenhava dos laços afetivos.
Preocupado no espelho com madeixas;
Olvidava da vida, a despeito
Da receita de anti-depressivos.
Eliton Meneses
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