domingo, 8 de outubro de 2017

XXXVI

                                                                            (...)

Deixou-se levar pelo seu encanto;
De tanto pensar quase ficou louco;
Falar todo dia era muito pouco;
Queria entoar junto dela um canto.

O sino tocou para seu espanto;
Falou tantas horas que ficou rouco;
Pras coisas do mundo se fez de mouco;
De noite sozinho conteve o pranto.

A terra sem ela era um calvário;
Fazia de tudo pra protegê-la;
A sua alma gêmea, seu relicário.

Diante do tempo, pra não perdê-la,
Vivia num mundo imaginário,
Mirando com ela uma mesma estrela.

Eliton Meneses

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