terça-feira, 31 de outubro de 2017

XLII


O sol não declinou no fim da tarde;
Aos poucos foi sentindo a diferença;
O corpo, sem sintoma da doença,
Tornou de novo à vida sem alarde.

A alma, comovida, já não arde;
Defeitos nós trazemos de nascença;
Apenas Deus nos pode dar sentença;
Fazer de um valente, outro covarde.

Ninguém pode saber o que lhe aguarda,
Depois de atravessar o triste ocaso,
Talvez rasteje um monstro que apavora;

Ninguém possui ao certo a salvaguarda;
O mundo está coberto de acaso;
A morte é ilusão que mais devora.

Eliton Meneses

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