"While
there is a madman, a poet and a lover will dream, love and fantasy. And
while there is a dream, love and fantasy, there's hope." (Shakespeare)
sábado, 30 de setembro de 2017
RETALHOS
— Você não estaria brincando de ser Deus?
— Não estou brincando de ser Deus, talvez esteja apenas brincando de ser humano...
O que seria desse enorme céu estrelado sem essa criatura minúscula que o contempla deslumbrado?
No próximo segundo da eternidade não estaremos nem você nem eu...
Estoy acostumbrado a luchar contra gigantes. Nunca los he vencido a alguno, pero jamás me rendí tampoco.
No son gigantes, son sólo molinos de viento; gigante en verdad es usted.
NU ARTÍSTICO (DEBATE)
Mote: A sociedade que mais acessa sites pornográficos finge espanto diante de um artista nu...
Paulo Victor: Meu grande amigo! Tá certo mas a questão não é do artista nu e das crianças está ao lado de um adulto nu e isso que esta tando o que falar. Logo pq nos seres humanos vem nu ao mundo. A questão é criança ao redor de um adulto nu.
Eliton: Meu amigo Paulo Victor, há pouco tempo, numa apresentação semelhante, sem criança, a polêmica foi a mesma... Todas as crianças do meu tempo tomavam banho no Rio Coreaú junto com os adultos nus... Nunca ninguém reclamou disso -- e olha que já faz uns quarenta anos! Não sei por que a nossa atualidade tão pervertida insiste em simular falsamente tanto puritanismo...
Alexandre Neto: Desculpe por discordar meu amigo Eliton Meneses mas havia o lado das mulheres e o lado dos homens em nosso tempo de nus tomado banho de rio, e se temos uma sociedade já erotizada em excesso pelo meios de comunicação não acho certo que nossas crianças também sejam expostas a isto mesmo sobre o argumento de ser arte.
Eliton: Realmente, amigo Alexandre, no rio havia o lado dos homens/meninos e o lado das mulheres/meninas, o problema é que, quem foi contra a participação das meninas no cena de nu artístico tão debatida, é também contra a participação de meninos junto com o artista nu... Na ultraconservadora Índia, periodicamente os sadhus saem aos milhares nus pelas ruas no Kumbha Mela e são referenciados por todos -- homens, mulheres, meninos e meninas -- em nome da fé, sob certo aspecto, um elemento da arte e da cultura dos povos... Os índios, no seu modo tradicional, andam todos nus, velhos e novos, meninos e meninas, e têm muito menos problemas relacionados à sexualidade do que a nossa sociedade pós-industrial... Enfim, talvez não seja a cena em si -- que se desenvolve num contexto, sem nenhuma conotação erótica -- que seja chocante, talvez sejam os olhos "puritanos" de quem a vê que a interpretam com uma conotação que, na realidade, ela não possui...
Alexandre Neto: São civilizações diferente nossa sociedade é predominantemente cristã,com costumes bem diferentes de índios e aborígenes de tais comunidades no caso hindus para eles o nu é tão natural com as aves a voar no céu mas para nós não,talvez temos regredido no nosso progresso de pensamento principalmente aquele nascido na idade média acho que os curadores de arte expõe estas arte modernas e controversas exatamente para aguçar a curiosidade dos menos atentos e assim retirar seus lucros ,mas isto são apenas pontos de vistas diferentes de pessoas preocupadas com os rumos que nossa sociedade caminha, onde a intolerância dos dois lados é mais valiosa que as verdadeiras amizades, não somos contemporâneos na nossa Palma mas lhe admiro não só pela sua estirpe mas pelos seus belos poemas e escritos ,somos discípulos do mesmo sentimento mas com visões diferentes. Ainda terei a oportunidade de lhe conhece e aprender com suas ideias e seu vasto conhecimento.
Eliton: A questão é que a liberdade artística não pode se prender aos preceitos exclusivos da moral judaico-cristã, que parte da sociedade aparenta adota. O componente libertário da arte dialoga inevitavelmente com outros segmentos do humano que transcendem, em muito, as estáticas barreiras dos pudores religiosos... A admiração é recíproca, amigo!
PB: Eliton Meneses... você aceitaria um homem nu (que não seja você) na frente da sua filha? Se aceita, francamente você tem alguma coisa errada.
Eliton: É claro que normalmente não aceitaria! Mas se a minha filha fosse atuar – como atriz – numa peça em que a nudez das personagens tivesse uma finalidade consequente, é claro que não veria problema. A paranoia religiosa está chegando a tal ponto que daqui a pouco não se vai poder representar uma cena de parto porque a mãe não pode ficar nua diante do recém-nascido... Acho que o erro está mesmo é na cabeça dessa gente que quer impor todos os seus pudores até pra representação artística... Se a pessoa não sabe o que é teatro, se não sabe minimamente a história do teatro desde a Grécia antiga até os nossos dias, sinceramente acho que deveria pensar suas vezes antes de opinar num assunto tão delicado como esse...
PB: Eliton Meneses... você aceitaria um homem nu (que não seja você) na frente da sua filha? Se aceita, francamente você tem alguma coisa errada.
Eliton: É claro que normalmente não aceitaria! Mas se a minha filha fosse atuar – como atriz – numa peça em que a nudez das personagens tivesse uma finalidade consequente, é claro que não veria problema. A paranoia religiosa está chegando a tal ponto que daqui a pouco não se vai poder representar uma cena de parto porque a mãe não pode ficar nua diante do recém-nascido... Acho que o erro está mesmo é na cabeça dessa gente que quer impor todos os seus pudores até pra representação artística... Se a pessoa não sabe o que é teatro, se não sabe minimamente a história do teatro desde a Grécia antiga até os nossos dias, sinceramente acho que deveria pensar suas vezes antes de opinar num assunto tão delicado como esse...
SOUL MATE
“People think a soul mate is your perfect fit, and that's what everyone wants. But a true soul mate is a mirror, the person who shows you everything that's holding you back, the person who brings you to your own attention so you can change your life. A true soul mate is probably the most important person you'll ever meet, because they tear down your walls and smack you awake. But to live with a soul mate forever? Nah. Too painful. Soul mates, they come into your life just to reveal another layer of yourself to you, and then they leave." (Elizabeth Gilbert. Eat, pray, love)
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
SONETO XXXIII
Gostava do simples e do complexo;
Às vezes saía pela tangente;
Deveras, sentia-se diferente,
Andando no côncavo e no convexo.
Vagava no mundo sempre perplexo;
Buscava na vida ser consequente;
Alguns lhe chamavam de inocente
Ao vê-lo parado sem um reflexo.
Queimou na fogueira por ironia,
Porque não entrara na sua mente,
O livro sagrado sem qualquer nexo.
Sedento de caos e cosmogonia,
Diante do abismo tão inclemente,
Pegou-se a rezar, mas não genuflexo.
Eliton Meneses
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
SONETO XXXII
(...)
Uma flor foi nascer em meu jardim,
Quando não esperava já mais nada;
Germinou numa terra abandonada;
Pôs a chama divina dentro em mim.
Foi o não que aos poucos virou sim;
Uma espera que vara a madrugada;
Deu um sopro na vela da jangada;
Um começo que não prevê um fim.
Afrodite que fala ao meu ouvido
Tantas coisas às vezes sem sentido,
Cedo e tarde dos dias da semana,
Uma rosa vermelha sem espinho;
Um farol que achei pelo caminho;
Uma alma que exalta a raça humana.
Eliton Meneses
Uma flor foi nascer em meu jardim,
Quando não esperava já mais nada;
Germinou numa terra abandonada;
Pôs a chama divina dentro em mim.
Foi o não que aos poucos virou sim;
Uma espera que vara a madrugada;
Deu um sopro na vela da jangada;
Um começo que não prevê um fim.
Afrodite que fala ao meu ouvido
Tantas coisas às vezes sem sentido,
Cedo e tarde dos dias da semana,
Uma rosa vermelha sem espinho;
Um farol que achei pelo caminho;
Uma alma que exalta a raça humana.
Eliton Meneses
terça-feira, 19 de setembro de 2017
INTOLERÂNCIA
— Es como si el mundo estuviera dando vueltas — já dizia a velha Úrsula, matriarca dos Buendías...
Nas voltas que o mundo dá, a nossa pós-modernidade líquida acaba de encalhar na Idade Média...
Abaixo a ciência! Todo poder à Inquisição!
Nenhuma heresia será perdoada! Ego te absolvo!
Salve a fogueira! O fogo que redime o pecado!
Salve Torquemada! O terror das bruxas feias!
Salvo o mundo novo! Um mundo coberto de teias!
domingo, 17 de setembro de 2017
EL AMOR EN LOS TIEMPOS DEL CÓLERA
(...) si algo habían aprendido juntos era que la sabiduría nos llega cuando ya no sirve para nada.
— Péguemelo — dijo, con la mano en el pecho — No hay mayor gloria que morir por amor.
Hildebranda tenía una concepción universal del amor, y pensaba que cualquier cosa que le pasara a uno afectaba a todos los amores del mundo entero.
(...) los seres humanos no nacen para siempre el día en que sus madres los alumbran, sino que la vida los obliga otra vez y muchas veces a parirse a sí mismos.
(...) y le enseñó lo único que tenía que aprender para el amor: que a la vida no la enseña nadie.
(...) se puede estar enamorado de varias personas a la vez, y de todas con el mismo dolor, sin traicionar a ninguna.
Tenía que enseñarle a pensar en el amor como un estado de gracia que no era un medio para nada, sino un origen y un fin en sí mismo.
«Hace un siglo me cagaron la vida con esse pobre hombre porque éramos demasiado jóvenes, y ahora nos quieren repetir porque somos demasiado viejos».
(...) habían vivido juntos lo bastante para darse cuenta de que el amor era el amor en cualquier tiempo y en cualquier parte, pero tanto más denso cuanto más cerca de la muerte.
(...) y lo asustó la sospecha tardía de que es la vida, más que la muerte, la que no tiene límites.
(El amor en los tiempos del cólera. Gabriel García Márquez)
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
SONETO XXXI
Com quantos paus se faz uma canoa?
A quantas léguas chega o universo?
Em quanto tempo a luz clareia o verso?
De quantas faces faz-se uma pessoa?
O que sustenta firme uma coroa?
Por onde anda o barco submerso?
Que coração habita um ser perverso?
Quantos pecados nosso Deus perdoa?
Muita pergunta segue sem resposta;
Tanto mistério ainda que apavora
O pobre homo sapiens sem razão.
Tentou romper audaz a regra posta;
Pensou abrir a caixa de Pandora,
Mas só colheu miséria e solidão.
Eliton Meneses
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