domingo, 21 de fevereiro de 2016

TANKAS


i.

 Pobre viajante,
Debaixo do sol a pino,
Não tinha descanso.
Ia andando pelo mundo,
À procura de uma sombra.

ii.

Poeta rebelde,
Um tanto desnorteado,
Pôs o pé na estrada.
Algo comum neste tempo
Carente de fantasia. 

iii.

Casa de reboco;
Feita bem no pé da serra,
Morada singela.
Te pedi um gole d'água,
Mas não respondeu ninguém.

iv.

Dançando na chuva,
Foi levado como louco,
Sem chuva e sem som.
Amarrado num hospício,
Nunca pôde se explicar.

v.

Sempre igual história:
Amanhã irá chegar
Nosso salvador.
Neste vértice do mundo,
Onde o vento faz a curva.

vi.

Calou-se o menino:
Tinha ainda muito tempo
Para ser feliz.
Sua mãe encontraria
Numa outra dimensão. 

Eliton Meneses

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