sexta-feira, 31 de julho de 2020

domingo, 26 de julho de 2020

Filosofia Futebol Clube

1) Sócrates 
2) Platão 
3) Aristóteles 
4) Santo Agostinho 
5) Santo Tomás de Aquino 
6) Descartes 
7) Kant 
8) Hegel 
9) Schopenhauer 
10) Nietzsche 
11) Heidegger

sábado, 25 de julho de 2020

Remoção por permuta



O cerne da divergência está na interpretação do parágrafo 3.º do art. 4.º da Resolução 81/2013, no tocante ao respeito à antiguidade na hipótese de terceiro mais antigo interessado na permuta. 
O parágrafo 3.º do art. 4.º dispõe que: "Não havendo expressa manifestação contrária dos requerentes originários ou manifestação favorável à permuta, esta deverá respeitar a antiguidade..." 
A remoção por permuta pressupõe o interesse de ambos os defensores públicos no órgão de atuação do outro. Partindo dessa premissa, pode-se entender o parágrafo 3.º do art. 4.º da Resolução. 
Na primeira hipótese, não havendo expressa manifestação contrária dos requerentes originários ao interesse de permutar do terceiro mais antigo, os requerentes originários teriam (ambos) anuído tacitamente com a permuta com o(s) terceiro(s) mais antigo(s); então, os dois mais antigos interessados nos órgãos recíprocos teriam prioridade na permuta. Já se ambos os requerentes originários se manifestarem expressamente contrários ao(s) pedido(s) do(s) terceiro(s) interessado(s) mais antigo(s), a remoção por permuta deve acontecer como foi originalmente proposta, ressalvada a prerrogativa discricionária do Conselho de homologá-la ou não. 
Na segunda hipótese, a redação fica truncada. O parágrafo 3.º do art. 4.º começa com "Não havendo" e não fica claro se esse "Não havendo" se refere apenas a "expressa manifestação contrária dos requerentes originários" ou se se refere também a "manifestação favorável à permuta", que vem depois da conjunção alternativa "ou". Acho que não faz sentindo o "Não havendo" se referir também a "manifestação favorável à permuta", pois, nesse caso, não havendo manifestação favorável dos requerentes originários, a remoção com o terceiro interessado mais antigo não poderia acontecer, já que não há vontade de um dos interessados. Só faz sentido a redação do parágrafo se, em vez de se ler: "ou (não havendo) manifestação favorável à permuta", se ler: "ou (havendo) manifestação favorável à permuta", esta deverá respeitar a antiguidade. De fato, havendo manifestação favorável à permuta com o terceiro mais antigo, seja de um, seja de ambos os requerentes originários, a antiguidade definirá entre quem ocorrerá a permuta. 
Se à resolução for dada uma interpretação sistemática e com olhos postos na natureza da remoção por permuta, acho possível salvá-la. Ainda assim, é inegável que ela padece de um defeito de redação que tem alimentado ao longo do tempo o receio de que ela induza uma prioridade absoluta ao mais antigo com consequências ainda imprevisíveis. 
Acho que esse receio não é fundado, uma vez que dá para conferir uma interpretação sistemática compatível com a natureza da remoção por permuta. De todo modo, se a Adpec se manifestar pela aplicação da Resolução pura e simplesmente, como se ela fosse autoexplicativa e não padecesse de atecnia relacional, não estaria ajudando no necessário esforço interpretativo que a resolução demanda e ainda poderia estar sugerindo uma interpretação enviesada que ela não tem mas que foi alimentada no imaginário de muitos no sentido de que a prioridade do mais antigo seria absoluta e apta a travar toda a carreira. 
Desse modo, só faria sentido mencionar a resolução, se fosse com as devidas considerações hermenêuticas, já que ela não é muito clara e pode suscitar interpretações imprevisíveis. Mas como essas considerações acabam tendo que tocar inevitavelmente o próprio mérito da questão, que envolve interesses conflitantes de associados, sou pela manifestação no sentido puro e simples de não se entrar no mérito, sem mencionar a resolução.

domingo, 19 de julho de 2020

The death instinct


"If we are to take it as a truth that knows no exception that everything living dies for internal reasons – becomes inorganic once again – then we shall be compelled to say that 'the aim of all life is death' and, looking backwards, that 'inanimate things existed before living ones'." (Freud)

"Then star nor sun shall waken,
Nor any change of light:
Nor sound of waters shaken,
Nor any sound or sight:
Nor wintry leaves nor vernal,
Nor days nor things diurnal;
Only the sleep eternal
In an eternal night."

(The Garden of Proserpine. Swinburne)


"After long hesitancies and vacillations we have decided to assume the existence of only two basic insticts, Eros and the destructive instinct.... The aim of the first of these basic instict is to establish ever greater unities and to preserve them thus – in short, to bind together; the aim of the second is, on the contrary, to undo connections and so to destroy things. In the case of the destructive instinct we may suppose that its final aim is to lead what is living into an inorganic state. For this reason we also call it the death instinct." (Freud)

sábado, 18 de julho de 2020

Freud : A Very Short Introduction : Anthony Storr


"Freud remained a determinist throughout his life, believing that all vital phenomena, including psychological phenomena like thoughts, feelings, and phantasies, are rigidly determined by the principle of cause and effect." 

"Obsessional personalities usually exhibit self-control to the point of appearing inhibited and lacking in spontaneity and Freud was no exception." 

"In his clinical work, Freud was kind and tolerant, as psychoanalysts have to be. However, his kindness was not based upon any great expectations of the human race, whom he regarded with distaste or with detachment rather then with love." 

"Freud always believed that a dominating principle of mental life was the need of the organism to reach a state of tranquillity by completely discharging all tensions (this was later named the Nirvana principle)." 

"Bliss, in the Freudian scheme, is attained when needs have been satisfied and passions spent." 

"Freud now suggested that neurotic symptoms were the consequence of the repression of perverse sexual impulses dating from the earliest years. Because of this early repression, the neurotic's sexuality remained partly undeveloped. When one or other component instinct had become exaggerated, but had no been repressed, the person concerned became a sexual pervert: that is, he acted out his perverse tendency in real life." 

"Many common human problems can justifiably be related to the prolongation of immaturity and dependence on parents. (...) A man or woman who has not broken free of emotional ties with parents is likely to perceive potential sexual partners partly as if they were parents." 

"Freud affirmed that, with very few exceptions, dreams were disguised, hallucinatory fulfilments of repressed wishes." 

"Transference was originally defined as the process by which a patient attributes to his analyst attitudes and ideas that derive from previous figures in his life, especially from his parents." 

"Historians also try to reconstruct the past, but no one supposes that a totally objective vision of the past can ever be achieved, or that a history attempted this would be anything but unreadable. A historian's understanding of the past and of the motives of the people who make history is bound to be influenced by his own experience and by his capacity for understanding human beings. This is why neither history nor psychoanalysis can be assigned to the exact sciences." 

"Love and hate are opposites which can be clearly discerned in any intense relationship between people; and when such a relationship is ruptured, love often appears to be transmuted into hatred." 

"(...) one of Freud's fundamental ideas was that the organism is always seeking to rid itself of disturbing stimuli, whether these impinge upon it from the external world, or originate as instinctual tensions from within." 

"People who react to loss of an object by loss of self-esteem are people who base their choice of objects on identification with the object, that is, upon a narcissist choice of an object that in some way resembles themselves. Losing an object, therefore, is equivalent to losing part of the ego." 

"The search for order, for explanatory principles, for common features that link disparate things together is an inescapable human endeavour." 

"Freud believed that sublimation of unsatisfied libido was responsable for producing all art and literature." 

"In an ideal world in which everyone had matured sufficiently to replace the pleasure principe by the realily principle, there would be no need for art." 

"This sombre picture derives from the fact that psychoanalytic theory is an 'instinct' theory. That is, it is primarily concerned with how the isolated individual finds or fails to find ways of discharging his or her instinctive impulses. The impression gained from reading Freud is that relationships with other human beings are of value only in so far as they facilitate instinctual satisfaction. There is no conception of friendship or other types of relationship as being valutable in themselves."

"Freud referred to the state of being in love as a kind of madness, as 'the normal prototype of the psychoses'." 

"Modern analysts are more concerned with the patient's personality as a whole, and with the kind of relationships that he has made throughout his life, than with repressed infantile sexual phantasy." 

"Greater understanding of their own strenghts and limitations can often be extremely helpful, even if their personality is not fundamentally modified." 

"In other words, the 'Wolf Man' attributes his improvement wholly to his relationship with Freud; to his having discovered a new 'father' who was more tolerant and accepting than his own; one who was more tolerant and accepting than his own; one who was prepared to listen to his intimate and sometimes shocking revelations for four years without criticism, revulsion, or repudiation of him as a person." 

"Since we all have some neurotic symptoms, the difference between neurotic and normal is one of degree, not of kind." 

"Tomas Szasz, admittedly an unorthodox psychoanalyst, has defined the aim of psychoanalysis as being 'to increase the patient's knowledge of himself and others and hence his freedom of choice in the conduct of his life'. 

"A number of writers, including Thomas Mann, Philip Rieff, and Henri Ellenberger, have claimed that Freud must been more influenced by Schopenhauer and Nietzsche than he acknowledged or perhaps realized. Mann claimed that psychoanalytic concepts were Schopenhauer's ideas translated from metaphysics into psychology." 

"At the very least, psychoanalysis deserves informed critical examination rather than simple dismissal." 

(Freud: A Very Short Introduction, Anthony Storr. Oxford University Press)

domingo, 5 de julho de 2020

Nariz

 


Nariz, nariz, e nariz, 
Nariz, que nunca se acaba; 
Nariz, que se ele desaba, 
Fará o mundo infeliz; 
Nariz, que Newton não quis 
Descrever-lhe a diagonal; 
Nariz de massa infernal, 
Que, se o cálculo não erra, 
Posto entre o Sol e a Terra, 
Faria eclipse total!

Bocage

sábado, 4 de julho de 2020

Afetos

Ich traue meinen Augen nicht.

A conivência com o erro daquele com o qual nos identificamos seria um apanágio dos grupos ideológicos ou seria uma característica de todo agrupamento humano? Na família, há o "passar a mão na cabeça" dos filhos; no trabalho, há o corporativismo; na religião, chega-se à guerra pela ofensa a um irmão de fé... A humanidade é um trem guiado pelo afeto sobre os trilhos da empatia. Toda formação coletiva apresenta as veleidades do indivíduo e tende a padecer, em face do indivíduo, da chaga do autoritarismo. Talvez por isso a necessidade do recurso à Filosofia e à Psicologia, quando nos atormenta a Política e o Direito.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Quo vadis?


Nos meus tempos de criança, o conceito de gente de bem era diferente. Eram pessoas respeitadas naturalmente e tidas como exemplo a ser seguido. Eram pessoas tão confiáveis que tudo que vinha delas era aceito como algo sincero e verdadeiro, acima de qualquer suspeita e, como se dizia então, a gente "botava fé".

Eram pessoas que a gente gostava de saber que existiam, porque isso nos dava a sensação de segurança de que tudo acabaria bem.

Claro que havia, como sempre houve, os que não prestavam, os malandros, os falsos e os que tentavam sempre enganar os outros, mas esses eram chamados com desprezo de "espertalhões".

As pessoas de bem destacavam-se naturalmente dessa ralé moral.

Em alguns países, essa integridade, felizmente, ainda persiste. 

Dentre nós, brasileiros, tais valores foram-se perdendo. Quem tenta ser honesto é tido como ingênuo, bobo, crédulo, que merece ser enganado por ainda acreditar e confiar nas pessoas. Para os cearenses é o abestado ou o lesado.

Ultimamente, a mentira virou a moeda de troca. O que antes era tido como um boato, que logo passava, hoje é repetido como verdade incontestável.

Quase todo mundo quer receber e passar adiante as notícias que recebe (e são muitas), como se fosse a atitude certa a tomar, como se decidir de outra maneira fosse atraso ou falta de informação. 

A mentira não mais importa, o importante é tentar-se sobressair a qualquer custo. De repente, tem pessoas falando de lugares em que nunca estiveram, postando fotos de uma felicidade que nunca sentiram, até citando escritores que nunca leram e dos quais falam com bastante intimidade!

Quase todos querem passar a ideia de que são felizes, ricos, ajustados e, acima de qualquer coisa, muito, muito divertidos e bem-humorados. E os que não retribuem são chamados de coitados, despeitados, complicados. 

Foi nesse triste universo de ilusões e de situações falsas que começaram a surgir e a se agigantar as mentiras em bloco, agora chamadas de "fake news". Elas foram capazes de  alavancar candidaturas de políticos, na maioria gente insignificante e sem expressividade, oportunistas de momento, atualmente ocupando altos cargos e espalhando mais mentiras, para se manterem neles. Mantêm até grupos de assessores especializados em criar mais situações ilusórias e mirabolantes. Além desses, os vários seguidores, os quais atacam e ameaçam os poderes legalmente constituídos e seus integrantes, avacalham as instituições, insultam cidadãos e trabalhadores (da área da saúde principalmente nestes tempos), pregam descaradamente a violência, querem a derrubada do Congresso, são defensores da luta armada e do retorno do triste e revoltante tempo da ditadura militar, com seus horrores, perseguições e torturas, como salvação para o Brasil que deverá ficar acima de tudo. 

Essas são, agora, AS PESSOAS DE BEM, como elas próprias  se intitulam.

Quem descobriu o logro, quem reconhece que foi enganado, quem constatou o golpe de que foi vítima, para não encarar a verdade que não consegue negar, inventa mais mentiras, repassa todas as que recebe, investe contra todos com ódio e raiva, com certeza até de si mesmo, por ter sido tão estúpido.

Precisou-se criar um projeto de lei para impedir que nós brasileiros deixemos de ser fáceis de enganar e  seduzir por falsas promessas e "verdades" absurdas: que o presidente ameaçou vetar, quando se transformar em lei, e que seus queridos filhos consideram como mordaça para os que querem espalhar o que lhes convém.

Deus acima de todos!

Gomes (O Anônimo)