sábado, 7 de março de 2020

Crônica de Coreaú




O senhor Antônio Álvaro (chamado também de Antônio Alves) tinha um comércio naquele ponto que fica perto do supermercado do Paulo do Bel, na esquina. Lá havia um banco inteiriço de madeira, talvez de uns três metros de comprimento reservado para os fregueses se sentarem durante o dia. Quando fechava, já à noite, seu Antônio deixava o banco de madeira na calçada, pernoitando, pois ninguém furtava. Ali se sentavam algumas pessoas de Coreaú para confabular, no período da noite, inclusive alguns jovens da nossa urbe. O ônibus da Ipu-Brasília atravessava a cidade , passando pelo mercado e dobrava na esquina, hoje Paulo do Bel e seguia para Camocim.

Certa data o ônibus da Ipu-Brasília, fazendo o percurso Fortaleza-Camocim, em torno da meia-noite (corujão), mais uma vez passa por essas bandas. Tinha o motorista e o cobrador das passagens. Eram, então, dois os tripulantes e, obviamente, os passageiros.

No exato momento em que o ônibus passava pelo mercado, alguns jovens sentados no banco se levantaram, tiraram o banco do lugar, sujaram-no de fezes humanas (cocô mesmo) e o colocaram no meio da rua para impedir a passagem do ônibus, à altura da Loja do Valmir Leite. Ato contínuo, os jovens se esconderam, ficando à espreita, atrás de umas árvores na Praça do Benedito Belchior.

Questão de um minuto, o ônibus teve que parar. O cobrador desceu, tirou o banco de madeira do meio da rua, e se deu conta que estava com as mãos apodrecidas de fezes (cagadas, mesmo). Olhou para um lado e outro, esculhambou o que tinha que esculhambar, como que chamando os responsáveis pelas peripécias, no entanto, a galera autora da façanha permaneceu às escondidas. O cobrador viu que estava perdendo era seu tempo e atrasando a viagem, resolveu subir no transporte às pressas, "fumando numa quenga" O ônibus prosseguiu viagem.

Quando perceberam que o ônibus já tinha tomado rumo à casa do Chico Irineu, com destino a Camocim, os jovens surgem do esconderijo, mangando do cobrador e comentando toda a marmota que aprontaram.

Fizeram isso ainda umas outras duas vezes, noutras datas.

Que galera!

Hoje vivos, adultos e pais de família.

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Fernando Machado Albuquerque (professor)

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