"O sonho mostra a verdadeira natureza do homem, ainda que não inteira, e está entre os meios que nos permitem conhecer o núcleo oculto da psique."
"No sonho, o psiquicamente reprimido vem à luz."
"O sonho é a realização (disfarçada) de um desejo (reprimido, recalcado)."
"Uma experiência para a qual não achei exceções é o fato de todo sonho tratar da própria pessoa que sonha. Os sonhos são absolutamente egoístas."
"O trabalho do sonho absolutamente não pensa, calcula ou julga, mas se limita a transformar."
"O estado de sono possibilita a formação dos sonhos ao reduzir a censura endopsíquica."
"Os delírios são a obra de uma censura que não se dá mais ao trabalho de ocultar suas atividades, uma censura que, em vez de cooperar para uma reelaboração que não seja mais chocante, risca sem consideração tudo aquilo a que faz objeções, tornando incoerente o que resta. Essa censura procede de modo inteiramente análogo à censura russa de jornais na fronteira: apenas jornais estrangeiros repletos de tarjas pretas chegam às mãos dos leitores que cabe proteger."
"O desejo provém do inconsciente e não pode ser percebido durante o dia."
"O desejo figurado no sonho tem de ser um desejo infantil."
"No inconsciente nada pode ser terminado, nada passou ou foi esquecido."
"O inconsciente é o círculo maior que abrange em si o círculo menor da consciência; tudo o que é consciente tem um estágio prévio inconsciente, enquanto o inconsciente pode permanecer nesse estágio e ainda assim reclamar o valor pleno de uma produção psíquica. O inconsciente é o psíquico propriamente real, tão desconhecido para nós segundo sua natureza interna quanto o real do mundo externo; ele nos é dado pelos dados da consciência de maneira igualmente tão incompleta quanto o mundo externo pelas informações de nossos órgãos sensoriais."
"Em sua expressão última e mais verdadeira, deve-se dizer que a realidade psíquica é uma forma especial de existência que não deve ser confundida com a realidade material."
(A interpretação dos sonhos. Sigmund Freud)