domingo, 13 de janeiro de 2019
Soneto LXIV
Cansei de dia e noite me esconder,
Como bicho que teme um caçador.
Sou livre, nem escravo nem senhor,
Sem medo de no mundo me perder.
Espio há muito tempo o sol nascer;
Sei quando se faz frio ou faz calor;
Tenho olhos que avistam cada cor
No quadro do querer e não poder.
Quisera era ser um passarinho,
Bater asas voar longe do ninho,
Curar na água fresca o padecer.
Ando sempre sonhando acordado;
Amanheço pensando, inebriado,
Com um desejo ardente de te ver.
Eliton Meneses
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