Nasci quatro meses antes da Copa do Mundo de 78. Não tenho qualquer recordação da Copa de 82. Na Copa de 86, lembro vagamente de alguns jogos, dos gols do Josimar e sobretudo do último jogo do Brasil contra a França. Estava tão seguro que, durante a partida, fui com uma turma ver o circo que havia chegado há poucos dias no Alto, quando a partida já estava 1x0 para o Brasil. Na volta, a França de Michel Platini havia empatado e vi meu pai chorar depois das disputas nos pênaltis. Em 90, lembro de cada jogo da Copa, sobretudo do último contra a Argentina. Depois do lance do Maradona e do gol de Canigglia, saí pelas ruas da Palma meio perplexo, parando vez por outra nas casas pra ver se o Brasil já havia empatado. O empate não veio. A tristeza foi enorme. Os Bréus diziam que o Brasil só tinha sido campeão quando a bola era quadrada. Depois da derrota precoce em 90, a sensação era de que não seríamos nunca mais campeões. Pedão, depois da Copa de 86, passou quatro anos usando a camisa da Argentina... Em 1994, já em Fortaleza, não aguentei ver a disputa de pênaltis na final. Somente quando vi a comemoração na cobrança do pênalti do Baggio, voltei da rua pra também comemorar. Em 98, assisti à derrota na final na casa da irmã. Só ela e eu. Ela muito grata por eu consolá-la da derrota inusitada por 3x0 para a França. O Brasil foi à final, já era alguma coisa. A França era dona da casa e nunca havia conquistado uma Copa. Em 2002, consegui assistir à final contra a Alemanha, mas em pé e caminhando de um lado pra outro, naquela inesquecível manhã de domingo. Depois da vitória, fomos à praia com o Gilmar. Em 2006, vi em casa a França novamente ser o algoz do Brasil com o gol de Tierry Henry. Em seguida fomos passear na Praça da Gentilândia. Ah, o Brasil já era penta, não se ganha sempre... Em 2010, foi a vez da Holanda ser nosso algoz. Morava em Roraima, mas passava férias em Fortaleza. Assisti ao primeiro tempo no estacionamento do Condomínio Marly. 1x0 pro Brasil, jogando muito. Depois veio o segundo tempo, as coisas desandaram e a Holanda virou com Sneijder. Foi bem frustrante. Depois de três finais seguidas em 94, 98 e 2002, estávamos mal acostumados. Cair pelo caminho nas duas Copas seguintes demonstrava que o Brasil já não tinha a hegemonia do futebol. Em 2014, tudo andou bem até o jogo contra a Alemanha. A Copa era em casa e mesmo sabendo que o Brasil não era a melhor equipe, o fator casa e o peso da camisa poderiam ajudar, sobretudo numa semifinal e numa final. Nada disso importou para a Alemanha, que friamente, aproveitando-se, claro, da ausência de Neymar e de Thiago Silva, além do descontrole emocional da Seleção, aplicou-nos o histórico 7x1. A derrota para a Holanda por 3x0 na disputa do terceiro lugar acabou sendo um detalhe. Agora em 2018, sem Alemanha e Argentina, já eliminadas, e sem a Itália, que nem chegou a se classificar para a Copa, o Brasil teria chance, se não viesse jogando um futebol tão precário e se não tivesse ainda pela frente, por exemplo, seleções como a Espanha e a França... Ih, de novo a França... De qualquer modo, como ninguém mais pode ser penta nesta Copa e o Brasil ainda pode até ser hexa, estamos aqui para torcer... Vamos, Brasil!
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