"Não chega assim ao Estado social o fogo-fátuo desse neoliberalismo, acadêmico nas regiões da doutrina, glacial no domínio da sociedade, insensível no campo da proteção ao trabalho e aos trabalhadores e cruel na esfera das relações econômicas; neoliberalismo que desnacionalizou a economia brasileira, que debilitou o Estado, que revogou as leis previdenciárias, que pôs em risco a soberania e trucidou a base social da Constituição e abriu caminho à 'mexicanização' da Amazônia; enfim, neoliberalismo de traição nacional. (...)
Visto pelo prisma desse retrocesso, o Estado liberal é uma lição da História, uma úlcera da sociedade, uma página de escuridão que cobre as ruínas do passado. Sua substituição pelo Estado social se tornou peremptória, definitiva. Por conseguinte, o neoliberalismo não escreverá o futuro, que pertence à democracia, à liberdade, ao Estado social. Os sacerdotes do neoliberalismo hão de ficar, assim, genuflexos diante do altar onde jaz o corpo embalsamado de uma ideologia de privilégios."(Paulo Bonavides. Do Estado Liberal ao Estado Social. Prefácio à 6.ª edição)
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