quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DEFENSOR PÚBLICO. EDUCAÇÃO EM DIREITOS


É preciso educar-se para educar: buscar, através de cursos, leituras especializadas e outros meios, capacitar-se para bem desempenhar essas "novas" atribuições. É preciso educar pelo testemunho, pelas atitudes no relacionamento com o assistido, com os estagiários, com os demais profissionais jurídicos, enfim, com a comunidade. O primeiro passo, então, seria o da autoeducação, para irmos desvendando e ultrapassando o nosso egocentrismo, autoritarismo, rigidez, já que fomos socializados num sistema de repressão e de concorrência e dele somos vítimas. Na interação com o assistido o defensor público atento também vai se educando...
É indispensável uma mudança de postura, desprendendo-se dos formalismos excessivos e de atitudes retórico-legalistas, no relacionamento com o público destinatário das atividades da Defensoria Pública. O operador do direito que pretenda atuar como agente de educação em direitos humanos não pode jamais se colocar numa posição de superioridade, de insensibilidade ou mesmo de arrogância perante seus interlocutores. É preciso afastar uma mentalidade, que infelizmente às vezes ainda se faz presente entre nós, de cultivo de uma certa "liturgia" em torno da figura do defensor público  reproduzindo distorções similares que indevidamente também costumam estar presentes no âmbito da Magistratura e do Ministério Público , que o coloca num pedestal, distante e acima dos cidadãos "comuns". (Cleber Francisco Alves. Uma Nova Defensoria Pública Pede Passagem: Reflexões sobre a Lei Complementar 132/09, pp. 209/210)